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Injustiça e dominação. Algumas figuras concretas de justiça social.

uabasbl Par Le 19/10/2022 à 10:58 0

Na maioria das vezes, a dominação é considerada em sua relação antinômica com a justiça social; ou mais precisamente, o exercício da dominação é denunciado tanto porque seria um vetor de injustiça social quanto porque estaria baseado na discriminação. A produção de desigualdades e, portanto, de injustiça social, seria perigosa para a democracia porque minaria a legitimidade do poder. Assim, é lugar-comum que a ordem estatal dominante seja criticada em nome da injustiça, da corrupção ou mesmo da predação e, portanto, considerada ilegítima.

A "Primavera Árabe" oferece uma certa ilustração desta interpretação da relação entre dominação e justiça social: os regimes autoritários têm sido sobretudo combatidos, pelo menos nos discursos, sob o argumento da injustiça declinada em várias formas: enriquecimento de oportunidades injustamente distribuídas, acumulação , bem-estar, inclusão na sociedade ou promoção social; tratamento injusto por parte da administração e, de forma mais geral, por quem está no poder; efeitos injustos de uma economia política autoritária e suas transformações neoliberais. Durante esses eventos, fundamentalmente não são as grandes noções (como justiça, dignidade, liberdade, democracia, emancipação) ou categorias sanitizadas (como "boa governança" ou "transparência") que foram mobilizadas, mesmo que ambas sejam usadas em os discursos. Pelo contrário, são as percepções concretas e sentimentos difusos de injustiça em relação ao trabalho, moradia, assistência, educação, enfim, serviços públicos, administração e emprego que levaram (e continuam a fazê-lo) os movimentos sociais...

 

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